quarta-feira, 16 de maio de 2012

Projecto ORESTEIA
trilogia Agamémnon; Coéforas e Euménides
de Ésquilo


No seguimento de “As Bacantes”, de Eurípides, que a Companhia produziu em 2008, num projecto que integrou estruturas, instituições e actores de Portugal, Brasil e África  (Moçambique),  ocorrendo as várias fases da criação e apresentação do espectáculo final na Bahia / Camaçari e Salvador, Braga / Portugal e São Paulo / Brasil, capital e outras cidades do Estado, a Companhia apresenta agora projecto ORESTEIA.

Oresteia será uma criação no âmbito de Braga 2012 – Capital Europeia da Juventude que a CTB se propõe co-produzir com outras estruturas nacionais e estrangeiras, a saber: Teatro Circo de Braga; Teatro Municipal de Almada e Teatro Constantino Nery (Matosinhos) no âmbito do Acto 5, projecto nacional de programação em rede e com o Circuito de Teatro Português de São Paulo  e Dragão 7 – Instituto de Artes, Intercambio e Cidadania de São Paulo / Brasil.

Terá apoio de Braga 2012 – Capital Europeia da Juventude, do projecto BragaCult, no âmbito das Oficinas paralelas e da Cena Lusófona, e procurará apoios para digressão no Brasil, no âmbito das Comemorações Culturais Portugal / Brasil.



“Consagro as minhas tragédias ao tempo”
Ésquilo


 “Contemplai os dois tiranos da pátria, assassinos de meu pai e destruidores desta casa…”
 Orestes /Coéforas

Oresteia, uma tragédia da Europa.
em busca de um teatro político

"Com Oresteia, queremos fixar-nos na contemporaneidade. Em NÓS! Nesta nossa – por herança de bastardos – Europa. Essa mítica, bela e quente Europa que se banhava no Poleponeso, amamentada no berço pela Hélade para não deixarmos que a Memória nos atraiçoe. A velha vontade, há tanto acalentada, de destruição da nossa querida Europa recrudesce e os novos turcos, são afinal os nossos irmãos de ontem. Eles estão hoje no meio de nós e esperam o momento.
Com Oresteia, queremos fixar-nos na Europa a partir do sul. Com os pés nas areias mediterrânicas, num tecto de estrelas, com o azeite a alumiar e um ramo de oliveira na mão...
A Europa perdeu o rumo na volta da guerra. Os comandantes tresmalharam-se, embebedaram-se e ufanos de poder, declararam guerra aos povos. Esta Europa, casa dos Átridas, berço de nações e de culturas, de hábitos de convivência entre homens e deuses está cativa, qual Cassandra.
A Europa, esta Europa toda, arrogante e faminta, sobrinha de todos os aleijados mentais da segunda guerra, é a Europa de líderes/títeres, com armaduras de deuses num Olimpo de circo. Com máscaras de olhos vazios e dentes roubados nos campos de concentração, funis de petróleo nas bocas e coturnos feitos de ossos nas valas comuns. Continuam a arrasar altares, pois já nada os indigna. Já não há deuses que nos acudam, nem homens que os interpelem.
A nossa Europa é hoje uma massa informe, gelatinosa, que se apega ao que passa.
Com Oresteia, as máscaras desta tragédia europeia, escondem rostos singulares, de “deuses castigadores que a democracia erigiu,” e que do alto do seu Olimpo olham com jactância os Coros de deserdados que vagueiam atordoados e começam a interrogar o capital, esse deus ex-máquina.
E assim, nesta trilogia trágica, entre deuses sem linhagem e humanos desumanizados, se ensaiará um novo paradigma de JUSTIÇA.
Com Oresteia o que se conta é a história desta Europa, depois da segunda guerra, alquebrada e moribunda, cansada da vitória. Dividida como uma família desavinda onde impera o ódio, a inveja e a intriga. Esta Europa/Clitemnestra a um passo, puta e mãe, Agamémnon e Egisto, Orestes e Electra. Esta Europa com tantas Cassandras no ouvido.
Esta Europa, a mediterrânica, tem de libertar-se e acabar de vez com os velhos deuses que nos querem enlouquecer. Nem estamos condenados, qual Efigénia, nem somos tão volúveis, quanto Helena. A guerra, esta guerra é para ser ganha pelo Coro de cidadãos de Atenas…"
Rui Madeira





Projecto Oresteia: Agamémnon, Coéforas, Euménides
De: Ésquilo
Tradução: Doutor Manuel de Oliveira Pulquério
Encenação e Dramaturgia: Rui Madeira
Assistente de Encenação: Nuno Campos Monteiro
Apoio Dramatúrgico: Doutora Ana Lúcia Curado

Actores: Ana Bustorff, André Laires, António Jorge, Carlos Feio, Eduardo Chagas, Frederico Bustorff Madeira, Jaime Monsanto, Rogério Boane, Solange Sá

Coros: Ana Cristina Oliveira, André Antunes, André Pacheco, Cristiano Lima, Deolinda Mendes, Helena Guimarães, Hugo Silva, Humberto Almeida, João Chelo, Joaquim Carvalho, Jorge Bentes Paulo, José Augusto Ribeiro, José Domingos Marinho, Judite Pregueiro, Maria Elisa Fernandes, Maria Julita Capelo, Manuela Artilheiro, Tatiana Mendes, Teodorico Enes

Concepção de Máscaras: António Jorge
Cenografia e Figurinos: Samuel Hof
Desenho de Luz: Fred Rompante
Criação Vídeo: Frederico Bustorff Madeira
Criação Sonora: Luis Lopes
Design Gráfico: Carlos Sampaio
Fotografia: Paulo Nogueira

Project ORESTEIA
Trilogy The Agamemnon, The Choephori and The Eumenides
by Aeschylus
directed by Rui Madeira


Following “The Bacchae”, by Euripides, produced by CTB in 2008, a project which integrated structures, institutions and actors of Portugal, Brazil and Africa (Mozambique), occurring the various stages of artistic creation and presentation of the play in Bahia / Camaçari and Salvador, Braga / Portugal and São Paulo / Brazil, CTB presents now project ORESTEIA.

The Oresteia is a creation as part of Braga 2012 – European Capital of Youth program, that CTB proposes to co-produce with other national and international structures, namely: Theatro Circo (Braga), Teatro Municipal de Almada and Teatro Constantino Nery (Matosinhos) as part of Acto 5 – a national project for network programming – and Circuito de Teatro (em) Português (São Paulo/Brazil), and Dragão 7 – Instituto de Artes, Intercambio e Cidadania de São Paulo / Brasil.

It will seek support for production in Braga 2012 - European Capital of Youth program, Projecto BragaCult, within the framework of parallel workshops, Cena Lusófona, and it will also seek support to the tour in Brazil, as part of Cultural celebrations of Portugal / Brazil.

  

“I dedicate my tragedies to Time”
Aeschylus


“Behold this twofold tyranny of our land. They that slew the father and despoiled the house.”
Orestes/The Choephori



The Oresteia, Europe’s tragedy
searching for a political theatre

"With Oresteia, we want to establish ourselves in the contemporaneity. In OURSELVES! In our – by bastards’ heritage – Europe. In this mythical, beautiful and hot Europe, which bathed itself in Peloponnesus and was breastfed in the crib by Hellas, so that we don’t let Memory betray us. The old will of destruction of our beloved Europe, for so long cherished, now rages and the new Turks are, after all, our brothers of yesterday. Today they are among us and waiting for the moment.
With Oresteia, we want to establish ourselves in Europe starting from the South. With our feet in the Mediterranean sands, a ceiling of stars above, illuminated by an oil lamp and with an olive branch in our hand…
Europe has lost its route when returning from the war. The commanders scattered, drunk and, puffed up of power, declared war on people. This Europe, home of Atreus, crib of civilization and cultures, with habits of acquaintanceship between humans and gods is captive like Cassandra.
Europe, this whole Europe, arrogant and hungry starved, niece of all mental cripple from the Second World War, is the Europe of leaders/puppets, with armour of Gods on an Olympus circus. With masks of empty eyes and teeth stolen on concentration camps, oil funnels in their mouths and outline made of bones in mass graves. They continue to raze the altars, because nothing arouses indignation anymore. There are no gods to save us, neither men to call them.
Our Europe is now a shapeless jelly-like mass that clings to what happens.
With Oresteia, the masks of this European tragedy hide singular faces of “punishing gods that democracy erected”, and from the top of their Olympus, they look with boast the Chorus of disinherited that wander dazed and begin to interrogate the capital, such ex-machine.god.
And so, in this tragic trilogy, between gods without lineage and human dehumanized, we will rehearsal a new paradigm of JUSTICE.
With Oresteia, what is told is the history of this Europe, after de second war, prostrated and dying, tired of victory. It is divided as a disagreed family, where hatred, jealousy and intrigue prevail. Such Europe / Clytemnestra is one step closer, whore and mother, Agamémnon e Aegisthus, Orestes e Electra. This Europe with so many Cassandras in the ear.
This Europe, the Mediterranean, has to free itself and finish once and for all with the old Gods that want to madden us. Nor are we condemned, as Iphigenia, nor are we so fickle, as Helena. The war, this war, is to be won by choirs of Athenian citizens".
Rui Madeira

Project ORESTEIA: Agamemnon, The Choephori and The Eumenides
By: Aeschylus
Translation: Doutor Manuel de Oliveira Pulquério
Direction and Dramaturgy: Rui Madeira
Direction assistance: Nuno Campos Monteiro
Dramaturgical support: Doutora Ana Lúcia Curado

Actors: Ana Bustorff, André Laires, António Jorge, Carlos Feio, Eduardo Chagas, Frederico Bustorff Madeira, Jaime Monsanto, Rogério Boane, Solange Sá

Coros/Choruses: Ana Cristina Oliveira, André Antunes, André Pacheco, Cristiano Lima, Deolinda Mendes, Helena Guimarães, Hugo Silva, Humberto Almeida, João Chelo, Joaquim Carvalho, Jorge Bentes Paulo, José Augusto Ribeiro, José Domingos Marinho, Judite Pregueiro, Maria Elisa Fernandes, Maria Julita Capelo, Manuela Artilheiro, Tatiana Mendes, Teodorico Enes

Mask Design: António Jorge
Sets and Costumes: Samuel Hof
Light Design: Fred Rompante
Video Design: Frederico Bustorff Madeira
 Sound Design: Luis Lopes
Graphic Design: Carlos Sampaio
 Photography: Paulo Nogueira