quarta-feira, 18 de julho de 2012

ORESTEIA / sinopse do espectáculo

Há dez anos em guerra, o coro dos anciãos manifesta em frente ao palácio o descontentamento e ansiedade que grassa em Argos. Qualquer desfecho em Tróia não trará bons augúrios. Ares não está no seu posto e a cidade está mal governada, nas mãos de corruptos e malfeitores, como afirma o Vigia no seu testemunho de sofrimento.
 
 
1. Agamémnon
Anunciada a vitória, Agamémnon volta a casa com a escrava preferida, Cassandra. Recebe-o o coro em silêncio e redobrada angustia e é Clitemnestra, a adúltera, que, tecendo a teia, faz os elogios públicos, levando-o a entrar no palácio sobre um tapete de púrpura, digno dos deuses. Cassandra, a cativa, a ex-amante de Apolo recusa entrar e, possuída pela maldição do deus, anuncia à Cidade o cheiro a sangue que aquelas paredes exalam, fruto dos antigos e futuros crimes ali perpetrados. Aumenta o temor, os rumores adensam-se. Espera-se em Zeus, e um desejo de morte colectiva surge como solução apaziguadora da angústia. Cassandra discute com o coro e entra decidida no palácio, para que a sua morte sirva como testemunho para memória futura. Ouvem-se os gritos lancinantes de Agamémnon a ser barbaramente assassinado pela esposa que exibe os cadáveres na varanda do palácio. Cumpriu o seu desígnio. Vingou e está no seu posto. E com Egisto, o estrangeiro, urdidor da trama, fruem a luz amável do dia portador da justiça! O Coro desorientado com tamanha desgraça manifesta o desejo de vingança e a esperança em Orestes o filho de Agamémnon, exilado.
 
 
2. Coéforas
Dez anos mais tarde, num tempo de terror, Orestes regressa a Argos, como estrangeiro, com seu amigo Pílades, na esperança de vingar a horrenda morte do pai. Clandestinamente visita o túmulo interdito e abandonado de seu pai e, por um acaso, que só os deuses explicam, encontra no local um grupo de escravas troianas de Clitemnestra e, entre elas, no meio do maior sofrimento, sua irmã Electra. Com a irmã e o grupo de escravas traçam o plano para a morte da mãe e do amante Egisto. Anuncia-lhes o pacto com Apolo e com Pílades apresentam-se na porta do palácio, quais estrangeiros, em busca de hospitalidade. São recebidos por Clitemnestra a quem trazem notícias da morte de Orestes. Entram e como o apoio das escravas, Orestes e Electra vingam a morte do pai, matando Clitemnestra e Egisto. Exibem os cadáveres à cidade dizendo: “contemplai os dois tiranos da pátria, assassinos de meu pai e destruidores desta casa”.
Depois de perpetrado o matricídio, o remorso apodera-se de Orestes e, como um louco, foge perseguido pelas Erínias vingadoras de sua mãe.
 
 
3. Euménides
Perseguido pelas Erínias, exausto, ensanguentado e descrente Orestes dirige-se a Delfos ao templo de Apolo, colocando em questão a sua capacidade para cumprir o acordo com o deus. Apolo discute com Orestes, obriga-o a cumprir o acordado e, como prova do seu poder, adormece as Erínias, dando-lhe algum tempo para continuar a viagem até Atenas, onde deve suplicar o patrocínio da deusa Atena. O espectro de Clitemnestra vem fustigar as Erínias adormecidas, exigindo vingança sobre o filho. Orestes chega ao templo de Atena e esta decide levar a questão a tribunal. E um novo tribunal é constituído. O julgamento do caso Orestes e Clitemnestra, representados no tribunal por deuses é, curiosamente, feito por homens, seleccionados e presididos por uma deusa nova (Atena). Sendo as partes do processo os antigos e novos deuses, o resultado é um empate. Neste caso, mandava a lei que se favorecesse o réu. Orestes é assim absolvido e as Erínias, uma vez amansadas, são transformadas em deusas benévolas (Euménides).
                                                                                                                    
                                                                                                                         Rui Madeira

ORESTEIA / synopsis

Ten years of war, the Choir of Elders gathers in front of the palace to demonstrate the discontentment and anxiety that rages in Argos. Whatever the outcome in Troy it will not bring good omens. The city is being badly governed, in the hands of corrupts and malefactors, as stated by the Vigia (watchman) in his suffering testimony.
 
 
1. The Agamemnon
Victory announced, Agamemnon returns home “triumphant”, with great wealth and slaves. He’s received by the Choir in silence and redoubled anguish; awaits him Clytemnestra, the adulteress that weaving a web, makes public praises and leads him to walk on a purple carpet, worthy of the gods. Cassandra, king Priam’s daughter, now captive, possessed by the ex-lover Apollo curse refuses to enter the palace and announces to the City the smell of blood that those walls exhale, product of former and forthcoming crimes perpetrated there. Fear increases, rumors thicken, and a wish of a collective death emerges as the soothing solution for anguish. At last she enters determined, that her death serves as testimony for future memory and that it’s avenged. Master and slave are barbarously murdered by the queen and her lover Aegisthus. The purposes were fulfilled and enjoy “the lovely daylight carrier of Justice!”. The bodies are exposed. The Choir before such disgrace manifests the desire for revenge and places hope in Orestes, son of Agamemnon, exiled.


2. The Choephori
Ten years later, in a crime of terror, Orestes returns to Argos, as a foreigner hoping to avenge the horrible death of his father. Undercover he visits his father interdict and abandoned tomb and, by chance, that only gods can explain, finds there a group of trojan slaves that his father gave to Clytemnestra and among them, in great suffering, is Electa his sister, made slave by her own mother. With the support of his sister and the Choir of Trojan, plans the death of his mother and her lover Aegisthus. Apollo the god is with him, and they agree the revenge. Orestes and his friend Pylades, present themselves to the gates of the palace as foreigners looking for hospitality; they bring news of the death of Orestes. They enter the palace and the brothers avenge the death of their father. Two bodies are now exposed, the “two homeland tyrants, killers of my father and destroyers of this home”, says Orestes, that after the matricide, tormented by remorse, with vindictive Erinyes of his mother that stoke him, runs like a mad man.
 
 
3. The Eumenides
Chased by Erinyes, exhausted, bloody and trustless, Orestes goes to Delphi to Apollo’s temple, questioning his capacity to carry out the agreement with the god. Apollo quiets him and forces him to fulfill the agreement and, as prove of his power, puts Erinyes asleep, giving him time to continue his journey to Athens, where he should beseech the patronage of the goddess Athena. The spectrum of Clytemnestra comes to fustigate the sleeping Erinyes, demanding revenge against her son. In Athens a new court is formed, the trial of Clymenestra and Orestes case, represented in court by gods, is curiously made by men, selected and chaired by a new goddess (Athena). Being part of the process the ancient (Erinyes) and new gods (Apollo and Athena), the result is a draw. In such cases the law ordered in favor of the defendant. Orestes is therefore acquitted and the Erinyes once tamed, are transformed into benevolent goddess (Eumenes).

Rui Madeira

Oresteia de Ésquilo

Um Drama Humano com Vinte e Cinco Séculos


A trilogia Oresteia, de Ésquilo, é composta pelas peças Agamémnon, Coéforas e Euménides. Esta obra-prima da literatura grega antiga foi representada em 458 a.C. Para além de ser criador de diversos dramas que vão marcar a História da Literatura Ocidental, Ésquilo participava activamente na produção e nos ensaios, assim como na coordenação da cenografia, na montagem dos cenários, nos adereços, na música e na coreografia. Abarcando o teatro de todos os pontos de vista, participou ele próprio na representação como actor. Estes aspectos reúnem a execução da acção (drama) e a produção de um espectáculo (theatron).

O principal objectivo do dramaturgo era chegar à mente e aos sentidos dos seus espectadores.

Vinte e cinco séculos depois, o autor da trilogia Oresteia chega ao espírito dos leitores, que em tradução do original o admiram, e ao espírito inquieto dos encenadores, sempre atentos à vida contemporânea que gira em torno de si. Os actuais encenadores buscam, muitas vezes, em peças da Antiguidade Clássica motivos e razões que sirvam para reinventar comportamentos da contemporaneidade.

Os temas da tragédia grega eram escolhidos de entre histórias religiosas ou míticas, distantes no tempo do público que a elas assistia. Essa distância nas referências levadas à cena permitia ao espectador ver debatidos assuntos que não o envolviam directamente, mas que lhe permitiam reflectir sobre aspectos universais do género humano. Raros são os casos de tragédias que abordam temas da sua contemporaneidade. Um exemplo raro desse tipo de abordagem encontra-se nos Persas de Ésquilo, peça essa também era tida como a mais antiga de todas as peças gregas.

A história em que se baseia a trilogia Oresteia era o rapto de Helena por Páris, depois de este ter sido acolhido pelo seu marido Menelau. Páris desrespeitou o dever da hospitalidade do seu anfitrião. Como forma de restaurar e castigar essa ofensa ao deus Zeus Xénios, «Zeus protector da hospitalidade» (Agamémnon 60-62, 362-366, 744-749), Agamémnon, irmão de Menelau, reúne uma frota para recuperar Helena e trazê-la de volta à Hélade. Mas os deuses envolvem-se nesse empreendimento e começam a surgir contrariedades que põem em causa o futuro da expedição. Ártemis exige o sacrifício da filha de Agamémnon, Ifigénia, para a armada poder partir. Agamémnon vive um dilema único: sacrificar a sua filha ou faltar aos deveres e às obrigações de um chefe militar (Agamémnon 204-213). A armada parte e Agamémnon, após dez anos intensos de luta, conquista a cidade de Tróia e arrasa-a com excessos.

No seu regresso, Clitemnestra recebe-o no palácio com honras excessivas, que só aos deuses eram devidas. Agamémnon não entende os limites da sua actuação. Depois de entrar no palácio, Clitemnestra assassina o marido com o auxílio de Egisto, seu amante. Esta morte devia ser vingada, como anunciara Cassandra e o Coro anseia (Agamémnon 1667).

Nas Coéforas, a peça seguinte, aparecerá um justiceiro: Orestes, filho de Agamémnon e Clitemnestra, que vingará a morte do pai. Electra enviara o irmão Orestes para o exílio de onde regressará por ordem de Apolo, para castigar os assassinos do pai. Depois de matar Clitemnestra, Orestes é perseguido pelas deusas do remorso, as Erínias. Orestes enlouquece.

Na terceira peça, as Euménides, Orestes, suplicante, encontra-se em Delfos. Apolo promete protegê-lo da acção das Erínias vingadoras. O deus aconselha-o a pedir auxílio à deusa Atena. É acolhido pela deusa e defendido por Apolo contra as Erínias.

A tragédia grega traz para discussão os problemas humanos com os deuses e com o destino, assim como os problemas existentes entre os próprios homens. A tragédia grega mergulha nos conflitos que surgem entre o indivíduo e o poder que ele próprio criou.

                                                                                                              
Ana Lúcia Curado
                                                                                                       Universidade do Minho

The Oresteia of Aeschylus

A Human Drama with Twenty-Five Centuries

The Oresteia’s trilogy, of Aeschylus, consists on the plays Agamemnon, The Libation Bearers and The Eumenides. This Ancient Greek literature masterpiece was staged in 458 b.C. In addition of being the creator of multiple dramas that would change the History of Western Literature, Aeschylus actively participated in the production and rehearsals, as well as in scenography coordination, mounting the sets, props, music and choreography. He also joined in as an actor. These aspects gather the plot’s work (drama) and the show’s production (theatron).

The main aim of the playwright is to touch the mind and the senses of his spectators.

After twenty five centuries, the author of The Oresteia’s trilogy reaches the readers’ spirit that admire him, and the restless spirit of the directors, always conscientious of the contemporary life that revolves around them. The current directors look for, very often, in the Classical Antiquity, motives and reasons that can be used to re-invent contemporary behaviors.

The Greek tragedy themes were chosen between religious or mythical stories, distant of the spectators’ time. This distance in the references that were staged allowed the spectator to see issues that didn’t involved him directly discussed, but helped him to think about the general aspects of the human being. Few are the tragedy situations that deal with themes of his contemporaneity. One rare example of that type of approach can be found in Aeschylus’ The Persians, a play that was also thought as being one of the oldest of all Greek plays.

The Oresteia’s plot is based on the kidnapping of Helena by Paris, after he has been welcomed by Helena’s husband, Menelaus. Paris disrespected the hospitality’s duty of his host. As a way to restore and punish that offense to the god Zeus Xenios, «Zeus protector of hospitability» (Agamemnon 60-62, 362-366, 744-749) Agamemnon, Menelaus’ brother, gathers a fleet to rescue Helena and bring her back to the Hellas. However the gods involved themselves in that adventure and setbacks begin to emerge which called into question the future of the expedition. Artemis demands the sacrifice of Agamemnon’s daughter, Iphigenia, so the fleet is able to leave. Agamemnon lives a unique dilemma: sacrifice his daughter or lack to the duties and obligations of a military chief (Agamemnon 204-213). The fleet leaves and Agamemnon, after ten intense fight years, conquers the city of Troy and razes it with excess.

In his return, Clytemnestra receives him, in the palace, with excessive honors, the ones that only gods could receive. Agamemnon doesn’t understand the boundaries of his action. After entering in the palace, Clytemnestra murders her husband with the help of Aegisthus, her lover. This death should be avenged, as Cassandra annunciated and the Chorus expects (Agamemnon 1667).

In The Libation Bearers, the following play, a righteous man will appear: Orestes, son of Agamemnon and Clytemnestra, who will avenge his father’s death. Elektra have sent her brother Orestes into exile, from where he will return by Apollo’s order to punish his father’s murders. After killing Clytemnestra, Orestes is followed by the Erynies, the remorse goddesses’. Orestes turns mad.

In the third play, The Eumenides, Orestes, supplicant, found himself in Delphos. Apollo promises to protect him from the action of the vindictive Erynies. The god advises him to ask for help from Athena. He is upheld by the goddess and protected by Apollo against the Erynies.

The Greek tragedy brings into discussion the human problems with gods and fate as also existent problems among men. The Greek tragedy goes deep in the conflicts between the individual and the power created by him.

Ana Lúcia Curado
Universidade do Minho

Coro de Cidadão desta Atenas,


Vinte e cinco séculos passaram desde que Ésquilo, insatisfeito com a vida que os atenienses tinham de suportar, marcada pela angústia e pelo terror, escreve a Oresteia, numa época que aspirava a ordem mas que se movia no mistério e no medo, num mundo onde reinava a violência. Ésquilo inquietava-se, protestava se for preciso, e este protesto leva a uma aspiração da justiça. A Oresteia é mais um protesto de Ésquilo e dos Cidadãos de Atenas.

Ao longo das três peças que compõe a Oresteia (Agamémnon, Coéforas e Euménides) esta justiça, que começa por ser divina por isso temida, é desejada e reivindicada e por fim retocada e humanizada. Este é verdadeiramente o propósito de Ésquilo que não se contenta com um otimismo simplista, mas procura uma ordem, um ideal cívico e uma certa imagem de chefe digno.

Vinte e cinto séculos passados e nada mudou. A nossa Hélade vive momentos tão difíceis como então, as nossas coéforas continuam subjugadas pela discriminação e abandono total, “vemo-nos gregos” para suportar os desígnios e infortúnios que deuses (que se consideram) maiores assim nos obrigam a suportar, e as euménides, representantes da justiça, sempre tardam a chegar.

Ésquilo era um artista (escrevia, encenava e interpretava), e aos artistas sempre foi incutido o dever e a responsabilidade de denunciar o subjugo que os οτύραννοι (os tiranos) e ο δεσπόται (os déspotas) impunham ao povo. Ésquilo fazer chegar ao espírito do espectador o sentido de uma sociedade mais humana e humanizada, justa e com igualdade de deveres e direitos…

Caros Cidadãos desta Atenas, não esperem que a Oresteia a que assistis seja apenas mais um espetáculo; mais um tema clássico que fica bem na programação do Theatro Circo. Não esperem chegar um pouco antes do espetáculo, comprar calmamente o bilhete e entrar na sala, e comodamente, sentados na plateia, assistir a um bonito clássico. Desenganem-se, o desconforto e o desassossego das Erínias esperam-vos e a qualquer momento estão prontos a atormentar-vos. É a certeza que vos posso garantir: que sereis vítimas, tal como outrora os nossos pais helénicos foram, de confrontos. Confronto entre as personagens, conforto com as personagens e confronto entre o teatro e a realidade, que todos pensa(va)m antiga mas no fundo tão presente…

… Senhores que conduzem mal os seus exércitos, que governam mal as suas cidades, que utilizam ilegitimamente o poder que lhes é confiado, estreitam relações e fazem novas alianças conforme lhes convém, que sacrificam jovens porque a necessidade exige uma atitude bélica como essa… Senhores que no fundo não desapareceram, apenas mudaram os rostos e os nomes…

«Se as grandes crises, como diz Jaqueline de Romilly, têm qualquer coisa de coletivo: por isso combina-se facilmente com o papel desempenhado pelo Coro» também a resolução desse problema passa pela prática da justiça, pela vinda de um Orestes que, mais do que vingar, vem restituir a ordem e fazer justiça!


                                                                                           Nuno Campos Monteiro
Universidade do Minho

Citizen’s Chorus of this Athens,

Twenty five centuries have passed since Aeschylus, dissatisfied with the life that Athenians had to bear, marked by the anguish and the terror, wrote The Oresteia, in a time that aspired the order but that moved itself in mystery and in fear, in a world where violence ruled. Aeschylus was worried and he would protest, if there was a need, and this protest lead into an aspiration of justice. The Oresteia is just a protest from Aeschylus and the citizens of Athens.

Over the three plays in which The Oresteia consists on (Agamemnon, The Libation Bearers and The Eumenides) this justice, that starts divine and that’s why it’s feared, it’s desired and claimed and, in the end, is retouched and humanized. This is truly Aeschylus’ intention who is not satisfied with a simplistic optimism, but looks for and order, a civic ideal and a certain image of a worthy leader.

After twenty five centuries nothing has changed. Our Hellas lives through rough times like those in the past, our libation bearers are still subdued by discrimination and total abandon. We found it difficult to support the plans and misfortunes that those gods (that consider themselves) bigger force us to bear, and the eumenides, the justice representatives, are always slow to arrive.

Aeschylus was an artist (he wrote, he staged and interpreted), and the duty and responsibility, to denunciate the subjugation that the ο τύραννοι (the tyrants) and the ο δεσπόται (the despots) imposed to the people, has always been inspired to the artists. Aeschylus tried to draw the spectator’s spirit into the idea of a more human and humanized society, fair and with equal duties and rights.

Dear citizens of this Athens, don’t wait for an Oresteia as one more show to attend, just one more classic theme that suits Theatro Circo planning. Don’t wait to arrive just a little bit before the show, slowly buy your ticket, walk into the room and, cozily seat in the public to watch a nice classic. Don’t be mislead, the Erynies’ discomfort and restlessness are waiting to torment you at any time. The only thing I can assure you is that you’ll be a conflict’s victim, like our Hellenic fathers were one. Confrontation and comfort between characters and confrontation between theatre and a reality, which everyone thinks as ancient but, it is, in fact, so ordinary.

Sirs that don’t know how to lead their armies, that poorly rule their cities, that illegitimately use the power to them confide, that narrow relationships and make new alliances as it is better for them, that sacrifice the youth because a need demands a military attitude such as that.

«If the great crisis, as Jaqueline de Romilly says, have something collective: it so easily combines with the role of the Chorus», that problem’s resolution also involves the practice of justice, through an Orestes that, more than revenge, comes to restore the order and to put justice into practice!

Nuno Campos Monteiro
Universidade do Minho

ORESTEIA e o projecto BragaCult*


BragaCult é um projecto de formação de públicos, da responsabilidade da CTB, que visa a revitalização cultural da zona histórica e urbana da cidade, a partir de novas propostas e dinâmicas que, de modo sustentado, garantam a participação activa das populações, na busca de melhores públicos e mais qualificada cidadania.

Este projecto compreende a realização de uma diversidade de acções / oficinas destinadas a vários segmentos da população. Durante cinco meses e tendo como objectivo final a participação na criação de ORESTEIA, mais de 70 pessoas participaram na Oficina de Máscaras, na Comunidade de Leitura Dramática (através de um Ciclo de Leituras de textos clássicos gregos), Oficina de Leitura e Interpretação, Leituras Encenadas I e II, Oficina de Figurinos, Oficina de Cenografia. Neste contexto de formação, os participantes / actores nos vários Coros da trilogia, as máscaras utilizadas no espectáculo, adereços e outros elementos dos figurinos são o resultado efectivo do trabalho realizado por um grupo alargado de formadores como António Jorge, Rui Madeira, Ana Bustorff, Samuel Hof, Jaime Monsanto, Sílvia Alves, Nuno Campos Monteiro, André Laires, entre outros.



* O Projecto BragaCult está inserido nas parcerias para a Regeneração Urbana do Centro Histórico de Braga e Regeneração Urbana do Rio Este, co-financiado pelo “ON.2 – O NOVO NORTE” e QREN através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e a Câmara Municipal de Braga.

ORESTEIA and BragaCult project*

BragaCult is a project to the formation of new publics, directed to cultural revitalization of historical and urban areas of the city, from new and dynamic proposals that, in a sustainable manner, assure the active participation of people in search of better publics and more qualified citizenship.


This project includes the implementation of a variety of activities / workshops for various population segments. For five months, with the ultimate goal to participate in the creation of Oresteia, more than 70 people participated in Workshop on Construction of Masks, Dramatic Reading Community (through a cycle of Drama Public Readings around the mythological characters of the Classical Greek Culture), Workshop on Reading and Interpretation, Workshop on Stage Readings I and II, Workshop on Costumes, Workshop on Set Design. In this context of training, participants / actors in the various Choruses of the trilogy, the masks used in the show, props and other elements of the costumes are the actual result of the work performed by a large group of trainers as Antonio Jorge, Rui Madeira, Ana Bustorff, Samuel Hof, Jaime Monsanto, Sílvia Alves, Nuno Campos Monteiro, André Laires, and others.
                                  

*Project BragaCult is inserted in the partnerships of Regeneração Urbana do Centro Histórico de Braga (Urban Regeneration of the Historical Centre of Braga) and Regeneração Urbana do Rio Este (Urban Regeneration of the River Este), co-funded by ON.2 – O NOVO NORTE - North Portugal Regional Operational Programme 2007/2013, National Strategic Reference Framework (NSRF) 2007/2013 through European Regional Development Fund (ERDF), Câmara Municipal de Braga.

quinta-feira, 12 de julho de 2012


A CTB estreia "Oresteia 1 - Agamémnon", a primeira parte da trilogia de Ésquilo, dia 26 de Julho, às 21h30, no Theatro Circo.
Rui Madeira, encenador do espectáculo, fala sobre a produção.